“O que sou então? Sou uma pessoa que tem um coração que por vezes percebe, sou uma pessoa que pretendeu pôr em palavras um mundo ininteligível e um mundo impalpável. Sobretudo uma pessoa cujo coração bate de alegria levíssima quando consegue em uma frase dizer alguma coisa sobre a vida humana ou animal.” Clarice Lispector

quarta-feira, 27 de abril de 2011

O poder de um olhar.

Onde tudo começa. Quando se percebe que o outro existe. Um caminho entre dois seres.
O dia-a-dia fortalece essa ligação. O contato visual. As palavras, a princípio, se fazem desnecessárias. Mas só a princípio.
Agora já não da pra se conformar apenas com a troca de olhares. Eu quero mais. Quero trocar palavras, toques, sentimentos. Você não? Seu olhar ao mesmo tempo que é tão intenso, é tão raso. Você não sente? Por que parece ser tão simples? Não consigo te entender. Ter sua voz, seu corpo, você completo. Posso?
Quando você passa e me olha, parece ler a minha alma, por isso me sinto tão intimidada na sua presença. Sem reação. Muda, nua, sua.
Não posso errar. Quero te ter. Só. Não desejo todo o seu amor e profunda dedicação. Não estou preparada. Eu acho. Mas eu te quero. Da forma mais simples, pura, nossa. Te ter, te sentir. E quando isso acontecer, seus lábios tocarem os meus, seu corpo embalar meus movimentos, ai sim serei momentâneamente completa. O depois, o que nós vamos querer, deixa o tempo decidir. Não é imediatismo. É desejo.